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23 Agosto 2024
Tópico: Trabalho
AutoEuropa
Saúda-se o regresso da luta de classes
Manuel Raposo — 13 Fevereiro 2018
Paz social, pôr água na fervura, não ampliar o conflito — todos estes apelos têm servido para tentar acabar com a resistência dos trabalhadores da AutoEuropa à prepotência da administração da empresa. Somaram-se os agoiros de que a Volkswagen se iria embora e deixaria toda a gente no desemprego. Lançou-se o alarme de que o PIB do país viria por aí abaixo. Lamentou-se a falta de um dirigente “com carisma” como António Chora, que conseguiu a proeza de manter sossegados, durante 20 anos, milhares de trabalhadores, à custa de acordos com os patrões da VW sempre acertados à mesa.
Trabalhadores em luta
Autoeuropa: resistir ao aumento da exploração
Pedro Goulart — 10 Fevereiro 2018
Os trabalhadores da Autoeuropa iniciaram em 29 de Janeiro um novo horário imposto administrativamente pela empresa e que obriga a trabalhar aos sábados. Em Dezembro, após a rejeição de dois pré-acordos negociados com a Comissão de Trabalhadores, mas que foram rejeitados em votação pela esmagadora maioria dos trabalhadores, a Autoeuropa anunciou um novo modelo de trabalho de 17 turnos semanais.
Trabalhadores das IPSS reclamam mais direitos
8 Fevereiro 2018
Os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) reúnem-se dia 26 de Fevereiro, em Lisboa, num encontro nacional para debater o papel destas instituições, desfilando depois até ao Ministério do Trabalho para entregar uma resolução com várias reivindicações.
No encontro, os trabalhadores vão defender que os protocolos de cooperação que o Governo faz com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) passem a ter uma rubrica específica para os trabalhadores da IPSS. A grande maioria destes trabalhadores ganha o salário mínimo nacional e quer melhorar o contrato colectivo de trabalho no sentido de obter mais direitos, nomeadamente as 35 horas semanais.
CTT: greve e manifestação em 23 de Fevereiro
6 Fevereiro 2018
Os trabalhadores dos CTT marcaram uma greve nacional e uma manifestação para 23 de Fevereiro, contra a redução de pessoal e o encerramento de postos de atendimento. Esta decisão de encerramento irá provocar um aumento das deslocações dos utentes, o que, no caso da população mais idosa, dependente dos Correios para o levantamento das suas pensões, se revela bastante complicado.
Os quatro sindicatos que convocam a greve e a manifestação, convidam a população a juntar-se ao protesto em que contestam os despedimentos, o encerramento de estações de correio e a sobrecarga de trabalho dos carteiros, defendendo a reversão da privatização dos CTT-Correios de Portugal e um serviço postal universal de qualidade.
Trabalhadores em luta
General Electric despede em Setúbal
Pedro Goulart — 3 Fevereiro 2018
A General Electric (GE) prepara-se para encerrar a fábrica de Setúbal, acabando com 200 postos de trabalho, a pretexto de uma reestruturação do seu negócio de energia na Europa, afirmando que tal é motivado pelos desafios que o mercado energético mundial enfrenta. No total, a GE vai despedir 12 mil trabalhadores, 18% da sua força de trabalho a nível mundial. Saliente-se que, no caso português, à semelhança do que acontece em muitos outros casos, houve apoio financeiro do anterior governo e do AICEP à empresa para investimentos e criação de mais postos de trabalho.
Trabalhadores em luta
Cofaco ameaça despedir 180 operárias conserveiras
Pedro Goulart — 31 Janeiro 2018
A empresa conserveira Cofaco abriu uma fábrica na ilha do Pico em 1963. Dona das conservas Bom Petisco, a Cofaco pretende actualmente construir uma nova unidade fabril na Madalena, mas anunciou que vai despedir cerca de 180 trabalhadores da actual fábrica durante o período em que a infraestrutura estiver a ser edificada. Apesar de a administração se ter comprometido aos trabalhadores — na maioria mulheres — reintegrar, dentro de cerca de dois anos, grande parte dos funcionários, as dúvidas são muitas.
Trabalhadores em luta
Greves e protestos revelam maior descontentamento
Pedro Goulart — 29 Janeiro 2018
Apesar da travagem à subida de impostos e da reposição de alguns rendimentos às classes trabalhadoras nos últimos dois anos, aumenta a precariedade no emprego e continuam baixos os salários de quem trabalha. Em alta continua a insaciabilidade do patronato, secundada pelos seus capatazes e “analistas” de serviço. E das instâncias cimeiras, a nível nacional e internacional, prosseguem as pressões e chantagens do capital visando desmobilizar a luta dos trabalhadores e diminuir os seus rendimentos.
Dito
20 Dezembro 2017
Na realidade, é a parte mais pequena e estritamente indispensável do produto que é destinada ao operário; apenas o que é necessário, não para que ele exista como homem, mas para que ele exista enquanto operário; não para que perpetue a humanidade, mas para que perpetue a classe escrava dos operários.
Karl Marx, Manuscritos de 1844
AutoEuropa: a luta muda de figura
Manuel Raposo — 17 Setembro 2017
Nos últimos 20 anos, a acção sindical levada a cabo pela Comissão de Trabalhadores da AutoEuropa pautou-se pela procura de resultados práticos. O que se pode chamar um sindicalismo de resultados. Tal foi possível por duas razões relacionadas: uma prosperidade da empresa que lhe permitiu dar benefícios regulares aos trabalhadores (manutenção do emprego e ganhos salariais, por exemplo); e o estabelecimento, nessa base, de um pacto social entre trabalhadores e patronato. Foi a imagem (tardia, embora) do pacto social que vigorou na Europa após a segunda guerra.
A tentativa recente da administração da AE de impor o trabalho ao sábado pagando-o como se não fosse dia de descanso é uma nuvem negra sobre o dito pacto. E obriga os trabalhadores a pensarem que tipo de resposta deve ser dada e, mais geralmente, que tipo de sindicalismo é hoje necessário. É para essa reflexão que as linhas seguintes procuram contribuir.
Aproveitadores
11 Setembro 2017
O PSD, que, há coisa de um ano, juntamente com o CDS, bramava contra a paralisia dos sindicatos, acusando-os (visando sobretudo a CGTP) de estarem feitos com o governo, parece ter passado das palavras aos actos. Dizem as más línguas que o protesto dos enfermeiros tem a mão do PSD. Na verdade, a acção conta com o apoio da UGT, liderada por esse exemplo de lutador sindical que em 2015 pugnou pela reedição de um governo PSD-CDS, em vez da aliança do PS à esquerda. E conta, claro, com a movimentação incansável da actual bastonária da Ordem, Ana Rita Cavaco, membro do conselho nacional do PSD. O propósito seria entalar o governo nas vésperas das eleições autárquicas.
Verdade ou não, o certo é que a direita vê nisso o sinal