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4 Março 2025
Tópico: País
Ponto de mira
Um parlamento agachado
Editor — 14 Abril 2022
Teria sido simples, como já foi dito, evitar a guerra na Ucrânia. Bastaria cumprir os acordos de Minsk de 2014-15 e garantir que o país não entraria na NATO, como a Rússia reclamou até 24 de fevereiro. Teria sido ainda mais simples se, em 2014, os EUA e a UE não tivessem promovido um golpe de estado em Kiev e instalado um governo ao seu jeito com a missão de afrontar a Rússia.
Ainda mais simples teria sido se, na conferência da NATO de 2008, em Bucareste, os EUA não tivessem imposto na declaração final (mesmo contra a vontade de franceses e alemães) o “convite” para a entrada da Ucrânia e da Geórgia na Aliança.
Ponto de mira
Contra informação
Editor — 12 Março 2022
1 A direcção da Meta (empresa proprietária do Facebook e Instagram) decidiu contribuir para o esforço de guerra do Ocidente com aquilo que melhor sabe fazer: dar largas a que sejam produzidos insultos e ameaças de morte contra cidadãos e militares russos, incluindo os presidentes russo, Putin, e bielorrusso, Lukashenko. Quatro mil e quinhentos milhões de pessoas, tantas como as que seguem as duas plataformas, passaram assim a ser destinatárias da mais miserável propaganda de guerra: a que pode ser feita por qualquer energúmeno, a coberto de nome falso, sem receio de represálias.
Ucrânia empurrada para a frente de batalha
Manuel Raposo — 4 Março 2022

No ataque da Rússia à Ucrânia, os EUA e a UE têm ocasião de ver, em espelho, as suas próprias acções das últimas décadas. O mesmo vale para as autoridades portuguesas e para cada um dos governos europeus, que nunca levantaram qualquer objecção às intervenções militares, às sanções e às ameaças de todo o tipo, com origem nos EUA ou na própria UE, contra países como a Jugoslávia, o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Síria, a Venezuela, o Irão, ou Cuba — todos eles tão soberanos como a Ucrânia.
A quem interessa a guerra na Europa?
Manuel Raposo — 20 Fevereiro 2022

Neste momento, os acontecimentos na Ucrânia estão envoltos pela nuvem de fumo que caracteriza a propaganda de guerra. As posições oficiais destinam-se não a esclarecer os factos e o andamento das negociações, mas a anular os argumentos adversários e a cativar a opinião pública para um dos lados da contenda. É preciso ir às origens do conflito, agora extremado, para se perceber o papel de cada um dos contendores, o que cada um deles pretende e até onde pode ir.
As alavancas do sr. Ventura
Urbano de Campos — 12 Fevereiro 2022

A polémica em torno do Chega — se tem ou não direito a um vice-presidente da Assembleia da República — só é útil para avaliar o comportamento dos restantes partidos diante do renascente fascismo. No plano formal não existe qualquer questão: o Chega pode, pelo regimento da AR, propor quem quiser; e os deputados têm o direito de recusar os candidatos do Chega. Isto bastaria para pôr um ponto final na questão. Mas não.
Ponto de mira
Ganhou a direita, não nos iludamos
Editor — 2 Fevereiro 2022
A vitória esmagadora do PS passa por ser uma vitória da esquerda só porque travou, para já, o assalto da direita ao governo. O esvaziamento do BE e do PCP, o desaparecimento do PEV, o crescimento da extrema direita nas figuras do Chega e da IL parecem detalhes que o sucesso de António Costa deixa na sombra. Os números, porém, dizem outra coisa (1).
O conjunto da direita (PSD, CDS, IL, Chega) arrecadou, em termos líquidos, 549 mil votos mais do que em 2019. A esquerda parlamentar (PS, PCP, BE, PEV, Livre, PAN) teve, também em termos líquidos, quase 36 mil votos a menos. Em balanço geral, a vantagem da esquerda, que em 2019 foi de 1.142.000 votos, baixou para 557 mil. O número de votantes aumentou quase 336 mil (excluindo brancos e nulos), a maior fatia dos quais terá votado à direita.
Notas de campanha
Os velhos novos liberais, ou vice-versa
Manuel Raposo — 28 Janeiro 2022

De súbito, toda a direita se declara mais ou menos “liberal”. Acusa a esquerda (entenda-se: a esquerda parlamentar) de vícios estatistas e verbera-a por “não ser amiga” dos empresários. Aponta aos últimos seis anos de governo a culpa por uma estagnação económica que vem de há décadas e clama por reformas que, na verdade, nenhum governo, de qualquer cor, pôs em prática. Que liberalismo é esse e de que reformas fala?
Notas de campanha
O nó górdio do crescimento económico
Manuel Raposo — 9 Janeiro 2022

Promessas de crescimento económico, das mais variadas, são cavalo de batalha de todos os candidatos às eleições de 30 de janeiro, com presença obrigatória em todos os programas. Mas, ano após ano, a ideia teima em não ter resultados práticos. Porque não progredimos verdadeiramente desde há décadas? Porque é tão difícil concretizar uma política de crescimento viável? Porque é que as percentagens de crescimento, quando as há, são anémicas, sem efeitos reais nas condições de vida da população? E porque é que, mesmo nesta penúria, as fortunas se acumulam do lado do capital?
Justiça de classe
António Louçã — 15 Dezembro 2021

Num painel de comentário da CNN Portugal, a fascistóide Helena Matos e o socialistóide Sérgio Sousa Pinto pareciam duas almas gémeas a lamentar o “achincalhamento” de que são vítimas os criminosos de colarinho quando caem nas bocas do mundo e nas garras da Justiça. O pranto tinha um tom filosófico e universal, mas vinha sobretudo a propósito de João Rendeiro.
Com um ar grave e compungido, ambos manifestaram a convicção de que a qualidade de uma democracia se mede pela dignidade com que trata os seus presos. E, quase no mesmo fôlego, ambos se indignaram por a democracia portuguesa julgar réus de colarinho na praça pública, deixar a imprensa dizer sobre eles o que Maomé não disse do toucinho, e por a democracia sul-africana arrancar Rendeiro ao seu hotel de cinco estrelas para colocá-lo numa prisão sobrelotada, conhecida pela sua tradição de violência e agora notória pelas ameaças de morte que o banqueiro aí terá recebido.
Ponto de mira
A nossa democracia a nu
Editor — 9 Dezembro 2021
A agitação que se apoderou dos meios políticos logo que o cheiro de eleições antecipadas ficou no ar tem servido de motivo para um coro de loas à excelência da nossa democracia. Forças partidárias e propagandistas exultam com a sua solidez, com o seu bom funcionamento, com a harmonia entre órgãos do poder, com as “soluções” que ela sempre proporciona. E não vêem melhor processo para que “a vontade popular” possa ser representada senão, claro, em mandatos de deputados.
Ao ouvi-los parece que uma onda de intervenção política nos destinos da nação estaria a mobilizar os quatro cantos do país. Esta espécie de encantamento com a “vitalidade” do regime mal disfarça as fraquezas de todo o sistema político e da sua forma de representação.