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Tópico: País
A “cambalhota triste” do PS e a agonia da geringonça
António Louçã — 6 Dezembro 2017
No que aos factos se refere, a história está bem contada pelo BE. No que diz respeito às soluções, elas nunca poderiam ser encontradas no ambiente viciado e claustrofóbico das negociações parlamentares.
Os factos resumem-se em poucas palavras. Entre tantos cortes que a troika mandou fazer, contra salários e pensões, havia só dois que vinham refrear, timidamente, as negociatas dos “interesses instalados”. Um, era o que apontava aos contratos de associação com colégios privados, em nome de uma cruzada contra o “monopólio” estatal do ensino (assim se vilipendiava o serviço público de educação). Outro, era o que punha em causa as rendas da EDP Renováveis (ela sim, a abusar de uma posição monopolista ou quase).
Derrubando mitos
29 Novembro 2017
O historiador Fernando Rosas apresenta na RTP2, aos domingos, um excelente programa sobre o colonialismo português em África. Desde as guerras ditas de “pacificação” do final do século XIX, até à criação do mito salazarista da pátria multicontinental e multi-racial, são escrutinados os processos de implantação do domínio colonial, através dos seus momentos mais significativos. A expropriação das populações rurais autóctones, o trabalho forçado, a criação dos empórios dos diamantes, do café, do cacau, as violências diárias, as prisões para os “recalcitrantes”, as execuções sumárias, mas também a resistência das populações africanas e o nascimento do nacionalismo independentista — são passados em revista, dando uma perspectiva que subverte a história dominante sobre a suposta brandura do império luso.
Editorial
O anjo da guarda
27 Novembro 2017
Não há muito tempo, os meios da direita falavam com insistência de que “o país” precisava de um líder com carisma para “pôr ordem nisto”. E o facto é que a ideia toca muita gente do povo, farta de compadrio, de corrupção, de enriquecimentos desbragados, descrente de uma democracia que só serve ricos e poderosos. É uma ilusão que se paga cara, como se viu entre 1926 e 1974.
As cinzas de Pedrógão e de Oliveira do Hospital adubaram este terreno. Marcelo Rebelo de Sousa viu aí a sua oportunidade, apresentando-se como anjo da guarda do povo desvalido. Não só distribuiu abraços lacrimosos — fez-se porta-voz dos que “não têm voz”, numa versão adoçada dos apelos à “maioria silenciosa”.
No limite, não houve nada
Urbano de Campos — 23 Novembro 2017
Raúl Solnado teria uma boa ocasião de actualizar o seu tema A Guerra de 1908 com os episódios do roubo-não-roubo de Tancos.
Como foi noticiado, o material de guerra furtado apareceu há dias no mato, a 20 km da base, tal como tinha desaparecido: sem que ninguém desse por nada, apesar das buscas que a Polícia Judiciária disse andar a fazer nas redondezas de Tancos.
Visivelmente aliviado, o Chefe do Estado Maior do Exército deu conta do êxito numa alegre conferência de imprensa. Apesar do palavreado sobre “filosofia”, “racionalização”, “erros sistémicos”, etc. etc., não conseguiu elevar o nível da conversa. Com ar de riso, confirmou até que os ladrões terão devolvido a mais uma caixa de petardos! Pequena, disse ele.
A linguagem politicamente correcta e a Tese XI sobre Feuerbach
António Louçã — 21 Novembro 2017
A mania obsessiva da linguagem politicamente correcta encobre geralmente uma negação da dialéctica e daquele preceito do “Manifesto” que recomendava assumir o interesse de conjunto da massa assalariada, e não apenas o interesse corporativo de uma das suas fracções.
Assim, os nacionalistas latino-americanos costumam enfurecer-se quando alguém fala de cidadãos dos Estados Unidos da América como “americanos”. Têm, claro, alguma razão, porque “americanos” são todos — também os sul- e os centro-americanos. Mas a alternativa que propõem (chamar aos cidadãos dos EUA “norte-americanos”) também tem inconvenientes: quando falamos de crimes de guerra norte-americanos, com razão podem sentir-se ofendidos os canadianos ou os mexicanos.
Uma imagem da Justiça
Pedro Goulart — 19 Novembro 2017
Sabemos que a justiça que se pratica num país capitalista é uma justiça de classe. Mas as decisões dos tribunais muitas vezes aparecem embrulhadas num discurso moralista, usando leis e termos de difícil compreensão. Contudo, no já célebre acórdão do desembargador Neto de Moura, também assinado pela desembargadora Maria Luísa Abrantes (Tribunal da Relação do Porto), chega-se ao ponto de fazer censura moral a uma mulher de Felgueiras, vítima de violência doméstica, minimizando este crime pelo facto de ela ter cometido adultério. Aqui as coisas ficam bem claras.
O sinal dado pelas autárquicas
Manuel Raposo — 16 Novembro 2017
O grande ganhador das autárquicas foi obviamente o PS, tanto face à direita, como face aos seus parceiros de coligação. A vitória sobre a direita não precisa de explicação: a massa popular reconhece a diferença entre ser violentamente espoliada e recuperar, mesmo a conta-gotas, algum do poder de compra e das condições de vida que PSD e CDS arrasaram em quatro anos. Já o ganho do PS sobre a sua esquerda requer mais atenção. Por isto: se se afirma que é a parte esquerda da coligação que força o PS a fazer o que faz, por que razão não é essa esquerda a beneficiar dos votos?
De facto, no panorama político geral do país, de pouco serve (a não ser como incentivo militante) a subida do BE; e de nada serve ao PCP vaticinar que os eleitores vão arrepender-se das 10 câmaras perdidas pela CDU. Falta perceber as razões políticas disto.
Mudar de Vida, 10 anos
Completaram-se em Outubro dez anos desde que o jornal Mudar de Vida começou a ser publicado, nos suportes internet e papel. Os seus propósitos, expressos no estatuto editorial, eram ambiciosos. Mas eram os que se impunham a uma publicação que pretende romper com a informação dominante, mesmo considerando a colossal desproporção de forças.
Essa ambição assentava numa base de apoio que permitia acalentar esperança de sucesso, mesmo elementar. Algumas dezenas de activistas vindos de diversas origens discutiram e aprovaram a sua constituição. Vários núcleos de apoio e de distribuição prometiam uma difusão militante com alguma dimensão. Algumas ligações a empresas e a grupos de trabalhadores activos davam possibilidade de contacto com os problemas do trabalho e as lutas concretas.
Dez anos volvidos, muito pouco resta desta estrutura embrionária. A maioria dos colaboradores iniciais afastou-se, os núcleos locais deixaram de existir, as fontes directas de informação secaram.
Bem feita!
António Louçã — 14 Novembro 2017
Falta de vergonha
26 Setembro 2017
É habitual surgirem muitas promessas e grande demagogia nas campanhas eleitorais como aquela que neste momento acontece em Portugal. É apenas mais um exemplo de uma absoluta falta de vergonha o que agora se passa com o PSD em Almada. Maria Luis Albuquerque, ex-ministra das finanças do governo PSD/CDS em tempos da troika, é candidata a presidente da Assembleia Municipal de Almada e vem defender uma baixa de impostos, precisamente o contrário do enorme aumento de impostos que ela e o seu colega Vítor Gaspar aplicaram aos portugueses, particularmente às classes trabalhadoras.