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Tópico: País
Ele Não!
6 Janeiro 2019
O presidente da República teve o despudor de convidar Bolsonaro a visitar Portugal, coisa que o país não lhe encomendou e que vai contra tudo o que seria razoável fazer perante um personagem como aquele. O que vem cá fazer o fulano? Melhor: o que pretendem Marcelo e a diplomacia portuguesa que venha ele cá fazer? Agradecer pessoal e presencialmente a vitória que lhe deu a comunidade brasileira em Portugal? Apresentar de viva voz os seus métodos para “reforçar a democracia” e tirar o capital da crise? Explicar o processo de criminalizar como terroristas os movimentos sociais? Dar alento aos seus apaniguados lusitanos? Glorificar a Pide como fez aos torturadores brasileiros?
Se o convite se concretizar, será caso para organizar, massivamente, a recepção que um energúmeno desta estirpe merece. Começando, desde já, por dizer como milhões de brasileiros: Ele Não!
Porque é que o Estado “falha”?
Urbano de Campos — 1 Janeiro 2019
De há um ano para cá, a direita — com o concurso do presidente da República — tem vindo a cavalgar as tragédias nacionais com lamúrias de mau gosto e com a acusação de que o Estado “falhou”. Motivos, de facto, não faltam, desde os incêndios de 2017 até ao recente desabamento da pedreira de Borba ou à queda do helicóptero do INEM. Chegou mesmo a evocar-se o colapso da ponte de Entre-os-Rios (há quase 20 anos!) e houve mesmo quem, para apimentar o assunto, levantasse alarme acerca da ponte 25 de Abril.
Pedro Goulart
7 Dezembro 2018
Faleceu em 20 de Novembro, com 78 anos, o nosso camarada Pedro Goulart, vítima de ataque cardíaco.
Foi um dos fundadores e mentores do Mudar de Vida, primeiro nas reuniões preparatórias que deram origem ao projecto editorial, em 2006-2007, depois como membro da redacção e colaborador regular.
Tinha a fibra de um combatente — discreto, cordato, mas persistente. Manteve sempre viva a ideia da luta de classes como alavanca da transformação do mundo. De que só uma revolução socialista poderá pôr termo à barbárie capitalista. De que a libertação dos trabalhadores e dos povos terá de ser obra dos trabalhadores e dos povos. De que a organização e o internacionalismo são indispensáveis à acção revolucionária.
Até a direita às vezes acerta
9 Novembro 2018
A direita, satisfeita com a vitória de Bolsonaro, quer provar à força que, se há mal nisso, então “a culpa é da esquerda”. Não fala da conspiração para destituir Dilma, esquece que Lula estava à frente nas sondagens e por isso tinha de ser eliminado, omite o papel directo do imperialismo ianque na viragem produzida no Brasil.
Um cronista do Público, J. M. Tavares, que também debita umas larachas na TVI (“Governo Sombra”), escreveu, que “o tema da ‘culpa da esquerda’ é absolutamente essencial para explicar a ascensão de figuras como Jair Bolsonaro”. Como demonstração da tese diz, sem se achar ridículo, que “a esquerda chamou os fascistas, os fascistas vieram”. Mas, linhas adiante, contrariando a própria tese, numa coisa o homem acerta.
A prioridade das prioridades
7 Novembro 2018
Luís Nobre Guedes (CDS, ex-ministro do Ambiente em 2004-2005, envolvido então no processo Portucale, suspeito de favorecimento ao BES) tem lugar cativo como comentador na RTP3. Foi bem explícito na satisfação que teve pela eleição de Bolsonaro. Disse ele que, nesta eleições, “a prioridade das prioridades era derrotar o PT”. E para que ninguém duvidasse, sublinhou: “não retiro uma palavra”. Mais. Grandes investimentos estão já na calha: a Toyota, uma empresa israelita de tratamento de águas, etc. prometem investir milhões — e isso, diz Guedes, “é bom para o Brasil”. É “bom”, agora, quando grande parte da mão de obra regressa à miséria, não antes. Para quem assim fala, qualquer Bolsonaro é bem-vindo.
Democracia a mais
5 Novembro 2018
As posições de Assunção Cristas, pelo CDS, e de Rui Rio, pelo PSD, de se “distanciarem” tanto de Bolsonaro como de Haddad, não podem iludir ninguém. Tratou-se de um deixa-andar para que o ex-capitão fascista fosse eleito. O democratismo destes figurões fica à vista de todos: preferem um fascista no poder do que terem de aceitar um partido, como o PT, que tentou aplicar uma política, mesmo moderada, que tirasse os mais pobres da miséria. Uma simples social-democracia de esquerda, como foi o PT de Lula, é para eles o diabo. A coisa tem uma explicação: a precariedade do poder político actual, associada à crise de tem-te-não-caias do capitalismo mundial leva-os a procurar amparo nas soluções de poder mais extremistas. Para esta gente há democracia a mais.
O efeito Bolsonaro
Urbano de Campos —
Pode-se chamar-lhe efeito Bolsonaro. A direita portuguesa, que até agora procurou afectar um comportamento “democrático” e “tolerante” — na medida em que a democracia lhe tem permitido manter-se no topo do poder e fazer singrar os negócios — solta agora a língua e vai cuspindo o fel que acumulou contra a esquerda, o socialismo, o comunismo e tudo o mais que lhe cheire a povo.
Ainda a novela de Tancos
Caso de polícia convertido em caso político
Pedro Goulart — 30 Outubro 2018
Em Junho de 2017 é surripiado, sem oposição, abundante material de guerra dos Paióis de Tancos. Os militares portugueses, “heróis” em missões internacionais, parecem revelar-se negligentes cá dentro. Isto acontece, apesar dos gastos crescentes com as Forças Armadas: entre 2017 e 2018 os gastos aumentaram 330 milhões de euros e, para 2024, estão previstos gastos anuais de 4 mil milhões.
Os fãs do fascista Bolsonaro
23 Outubro 2018
Também estão entre nós e assumem-se. E não são apenas alguns seguidores da IURD. Estão no Sindicato Vertical de Carreiras da Polícia, que não gostou que o ministro da Administração Interna tivesse ordenado um inquérito às circunstâncias da fuga de três arguidos do Tribunal de Instrução Criminal do Porto (suspeitos de roubos a idosos) e à divulgação das fotografias dos mesmos após as detenções em Gondomar. Em resposta, o Sindicato fez uma montagem vergonhosa e mentirosa no Facebook, associando Eduardo Cabrita à não preocupação com o espancamento de idosos, dando como exemplo as fotografias de dois idosos espancados em Londres e no Brasil. Também se encontram
O nervo da questão
1 Outubro 2018
Em debate com o governo, a 26 de Setembro, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, defendendo o aumento do salário mínimo, afirmou que “Os baixos salários continuam a ser uma das principais causas de pobreza”. É uma forma nebulosa de pôr a questão. Os baixos salários são apenas o espelho da pobreza; são uma outra forma de dizer que os trabalhadores são pobres. A causa da pobreza é outra: é a exploração do trabalho pelo capital. Esta diferença tem consequências políticas. Se os baixos salários forem tidos como causa da pobreza, então basta lutar (interminavelmente) para que eles subam, basta a acção sindical-reivindicativa — que, na melhor das hipóteses, conseguirá apenas reduzir temporariamente o grau de exploração e atenuar a pobreza. Se, pelo contrário, os baixos salários