Tópico: País

Derrota “histórica” da direita. Sim, e agora?

Manuel Raposo — 13 Outubro 2019

Olhando aos factos, a derrota eleitoral da direita começou em 2015. Contra todas as arengas da altura, a coligação PSD-CDS foi despedida por uma maioria de eleitores. Argumentar, como ainda hoje se ouve, que o PSD ficou então à frente do PS ilude o essencial: a rejeição do bloco que foi braço direito da troika. A derrota de agora apenas confirma, com valores mais claros, a de há quatro anos. (*)


Autoritarismo de Costa não tira férias

António Louçã — 6 Outubro 2019

A cena em que o primeiro-ministro se exalta contra um idoso e cresce para ele é, talvez, uma derrapagem que em retrospectiva o próprio Costa preferia ter evitado. Mas é daquelas derrapagens que nos revelam, até pela sua espontaneidade, o que poderia tornar-se um PS descontrolado, a reinar sobre o país com maioria absoluta.


Uma campanha alegre

Manuel Raposo — 17 Setembro 2019

Quem tenha assistido aos frente-a-frente televisivos entre António Costa e Jerónimo de Sousa, e entre António Costa e Catarina Martins ficou com dados para perceber porque é que o PS se abeira da maioria absoluta, deixando o PCP e o BE a uma distância muito maior do que há quatro anos (*). Não só os números dizem quem ganhou com a aliança governativa, como os debates mostram porquê.


A abstenção é de esquerda?

António Louçã — 11 Setembro 2019

A política institucional que temos não desperta entusiasmos nem atrai simpatias. Os acordos de bastidores, os golpes baixos da polémica, a intriga permanente dos lobbies económicos, a venalidade de muitos eleitos e eleitas – tudo isso é moeda corrente na rotina parlamentar, e de tal modo se tornou regra que o povo descrê das excepções, perde sensibilidade para os matizes e faz pagar aos poucos justos como aos muitos pecadores.


Nova crise? Velho problema

Manuel Raposo — 5 Setembro 2019

Em tom ligeiro e de passagem — talvez para poderem vir a dizer “nós alertámos” — o primeiro-ministro e o presidente da República referiram recentemente a possibilidade de uma nova crise económica e financeira mundial. Para sossegar os espíritos, fizeram crer que, nessa eventualidade, o país estaria “mais bem preparado” em resultado quer da “maior robustez” das finanças públicas, quer da nova lei do trabalho — como se isso fosse barreira a um vendaval como o que se desencadeou em 2008. São declarações tão tranquilizantes como o são os comprimidos para dormir.


Governo patronal-socialista contra o direito de greve

António Louçã — 20 Agosto 2019

Tinha de ser a “geringonça”, para fazer o que nenhum governo de direita alguma vez ousaria: serviços mínimos a 100 por cento, requisição civil desde o primeiro dia, militares a fazerem de motoristas, motoristas procurados em casa pela polícia e conduzidos para trabalhos forçados sob ameaça de prisão. Mas ninguém pense que este foi um ataque de pânico dos patronal-socialistas perante uma greve especialmente perigosa. Para eles, cada greve é agora um incêndio e o alarmismo tornou-se uma panaceia universal.


Donde menos se esperava

13 Agosto 2019

Não admira que os patrões, não apenas os dos transportes, tenham tomado como alvo o porta-voz dos camionistas, o advogado Pardal Henriques. À boca pequena e na forma de intriga, tanto lhe são apontadas “ambições políticas” escondidas, como supostos comportamentos “pouco recomendáveis” — como disseram esse outro advogado que representa a Antram (que terá também as suas ambições políticas) e o presidente da Confederação do Comércio (ele mesmo politicamente pouco recomendável).
O que admira é ver Francisco Louçã (SIC, 9 Agosto), e com ele o BE; e também o PCP, seja através do Avante, pela pena de Manuel Gouveia (8 Agosto), ou em notas de imprensa (8 e 12 Agosto), fazerem o mesmo.


Um espelho da política que por aí vai

Urbano de Campos —

Todas as forças do poder se conjugam contra os motoristas em greve: a fúria dos patrões de todos os sectores, exigindo sempre mais do seu Governo, inclusive a requisição civil “preventiva”; as palmas da direita, louvando a “justeza” das medidas de António Costa, reconhecendo que ela própria não faria melhor; o servilismo da comunicação social, numa campanha sem vergonha para denegrir os trabalhadores e dar boa imagem da Antram; a sanha dos comentadores “especializados”, em campanha pela revisão da lei da greve; enfim, os ataques pessoais ao porta-voz dos camionistas, na tentativa de anular através da intriga a justeza da luta.


Movimento sindical debaixo de fogo

Urbano de Campos — 3 Agosto 2019

A postura arbitral que o Governo assumiu, em Abril, para mediar o conflito entre os camionistas de matérias perigosas e a associação patronal, caiu de forma flagrante. Em tudo, para efeitos práticos, o Governo colocou-se agora do lado da ANTRAM e contra os sindicatos (SNMMP e SIMM) que lançaram o pré-aviso de greve para 12 de Agosto.

Pode discutir-se a oportunidade ou o tacto dos sindicatos ao anunciarem esta nova greve, mas não se pode com isso esconder o facto de o Governo se ter bandeado para o lado dos patrões dos transportes, escudado no pretexto de defender o interesse “do país”.


Por isso o PS capitaliza…

Manuel Raposo — 29 Julho 2019

Não é precisa muita especulação para se perceber que não há mistério nenhum na previsível subida da esquerda parlamentar e na queda abrupta da direita. As últimas sondagens apontam uns 59% para a esquerda (PS 43%, BE 9%, CDU 7%) e uns 27% para os dois partidos da direita (PSD 21%, CDS 6%).
Não há mistério, porque o contraste com os tempos da troika entra pelos olhos dentro: as pessoas, como é óbvio, preferem viver melhor (ou menos mal) do que pior.


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