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4 Março 2025
Tópico: País
Ainda a polémica sobre Marcelino da Mata
António Louçã — 22 Fevereiro 2021

Já quase tudo foi dito sobre a repugnante campanha pela deportação de Mamadou Ba. Mas há dois ou três aspectos da polémica em curso que não obtiveram tanta atenção como possivelmente mereciam. Para eles tentarei chamar a atenção nas linhas que se seguem.
1. “Portugal não é um país racista”. Mas há algum “país racista”? A frase, em si mesma, é de uma estupidez desconcertante. Em todos os países há racismo e há quem combata o racismo. Há momentos em que as tendências racistas estão na mó de cima, outros em que são remetidas à defensiva.
Ponto de mira
Um tributo pago ao passado colonial
Editor — 17 Fevereiro 2021
Se não fosse o grito de alma de Mamadou Ba, o funeral do tenente-coronel Marcelino da Mata, falecido há dias com 80 anos, seria mais uma cerimónia de homenagem a um “herói nacional”, apagando os crimes de guerra do personagem e da guerra colonial. A sonora denúncia de Mamadou Ba — “Marcelino da Mata é um criminoso de guerra que não merece respeito nem tributo nenhum” — teve o mérito de não deixar passar em claro as honras prestadas a um agente especialmente cruel do colonialismo, mostrando a face do regime político e da instituição militar, e obrigando as forças de direita a virem a terreiro revelar o que lhes vai na alma.
Onde já vimos isto?
António Louçã — 4 Fevereiro 2021

A campanha eleitoral e o acto eleitoral foram, desta vez, um recordatório de tudo o que se pode fazer para minar uma democracia burguesa e para abrir as portas, de par em par, a um regime autoritário ou fascista. À cabeça desse rol de infrações da lógica mais chã encontra-se, naturalmente, o dominó de capitulações de cada um ao vizinho da direita, e deste ao vizinho que está mais à direita.
O estado da nação
Editor — 29 Janeiro 2021
De acordo com um estudo da consultora Mercer divulgado pela imprensa, os directores executivos das empresas portuguesas ganham em média 10 vezes mais do que os respectivos trabalhadores, incluídos aqui todos os trabalhadores, sem diferenciação de escalões ou funções. Mas a coisa piora substancialmente quando se entra no detalhe.
Ponto de mira
Presidenciais. O regime ao espelho
Editor — 22 Janeiro 2021
Domingo que vem, a imagem do regime vai ficar marcada por dois traços principais: o nível da abstenção, que ameaça atingir valores recorde, e os votos que a extrema-direita conseguir alcançar.
Na abstenção podem incluir-se mil razões diferentes, desde o mero desinteresse “pela política” à convicção de que o voto nada vai mudar e não vale o esforço. Mas no conjunto, à parte razões particulares, o facto de 60 ou 70 por cento dos eleitores virarem costas às urnas significa, sem margem para dúvidas, que o regime sofre de doença grave, se não incurável. Significa que uma larga maioria de cidadãos não vê nas instituições, no poder, os instrumentos para modificar, conduzir, governar a sua vida.
Um auto-retrato da direita
Manuel Raposo — 20 Janeiro 2021

Quatro dias depois da invasão do parlamento norte-americano por uma multidão de desordeiros fascistas açulados pelo ainda presidente Trump, Paulo Portas, comentando na TVI os acontecimentos, comparou os manifestantes a “okupas” sem respeito pela “propriedade alheia”; e, esticando os paralelismos, exclamou: “Eu só pensei na Revolução Francesa, quando vi aquilo”.
Elogio do cerco à Constituinte
António Louçã — 7 Janeiro 2021

Quarenta e cinco anos depois daquele memorável 12 de novembro de 1975, já correram rios de tinta para vilipendiar os operários da construção civil que, fartos de serem despachados com promessas vãs, cercaram a Assembleia Constituinte reivindicando um aumento de salários razoável.
Hoje, graças à invasão do Capitólio, podemos apreciar o contraste entre um proletariado consciente e a populaça desembestada das milícias fascistas.
O estado da nação
Editor — 26 Dezembro 2020
A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma coima de mais de 300 milhões de euros a seis hipermercados (Continente, Pingo Doce, Auchan, Lidl, Leclerc, Intermarché) e a duas distribuidoras de bebidas (Sociedade Central de Cervejas e Primedrinks) por combinarem preços de forma a fazê-los subir gradualmente no mercado. Esta prática estendeu-se por dez anos. As empresas multadas dominam o mercado retalhista do país, e pode dizer-se que, em conjunto, constituem um monopólio da venda ao público de praticamente todos os artigos de primeira necessidade. A coima aparenta mão pesada, mas deixa alguns mistérios por decifrar: o que andou a AdC a fazer durante dez anos? quantos milhões a mais lucraram os infractores nesses dez anos de rédea solta? quantos mais produtos, além das bebidas, terão preços combinados?
Os crimes do SEF. A excepção e a regra
Urbano de Campos — 21 Dezembro 2020

Todo o arco do poder e adjacências, do Chega ao PCP, adoptou o mesmo critério de julgamento a respeito do assassinato cometido no aeroporto de Lisboa por agentes do SEF: há que salvar a honra das instituições. O SEF é, assim, apresentado como um cabaz de excelente fruta, apenas manchado por umas quantas maçãs podres, de acordo com a imagem consagrada para estas ocasiões.
PSD: quando a ideologia não pesa muito
Manuel Raposo — 8 Dezembro 2020

A evocação de Sá Carneiro, 40 anos após a sua morte em Camarate, é muito mais do que uma homenagem de calendário, ou do que uma tentativa de reanimar o PSD de hoje com o sopro do PPD de ontem. Também não se trata apenas de procurar efeitos imediatos, rebaixando Rui Rio diante do padroeiro. Será tudo isso, mas ainda mais: um esforço para congregar toda a direita, reabilitando, sob vestes democráticas, o que há de mais reaccionário tanto na génese do PPD como nos planos políticos alimentados por Sá Carneiro desde sempre.