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Ponto de mira
Para lá da cortina de fumo
Editor — 19 Agosto 2021
Uma barragem de propaganda, nos limites do ridículo, acompanha as notícias sobre o Afeganistão. Os motes são fáceis de identificar: a sorte das mulheres (“e raparigas”, como disse o cuidadoso Guterres), a violência sobre os colaboradores do regime deposto, o perigo de um novo santuário de terrorismo internacional, o risco de mais uma maré de refugiados sobre a Europa. Em vago, tudo é possível — mas, em concreto, nenhum sinal aponta nesse sentido. Pelo contrário, os testemunhos vindos de quem avalia a situação no próprio terreno, sem ter propósitos de servir a agenda ideológica do Ocidente, mostram mesmo surpresa por tamanha mudança se passar em tão boa ordem.
O irresistível avanço taliban, ou a intrigante popularidade do terror
António Louçã — 14 Agosto 2021

Os taliban são uma corrente político-religiosa obscurantista, reaccionária e misógina. Após décadas a fio de guerras, ocupações e ditaduras, o povo afegão irá entrar agora em mais um capítulo sombrio da sua história. Com a experiência acumulada, a grande maioria sabe certamente o que a espera. Como podem então os taliban gozar de um apoio popular tão forte que lhes permitiu vencer as maiores potências do mundo?
Tanta casa e tanta falta de casa
Urbano de Campos (com D.R.) — 7 Agosto 2021

Estudo recente de uma seguradora britânica coloca Lisboa como a segunda mais barata cidade da Europa ocidental para comprar casa. Melhor que Lisboa só Bruxelas. Em termos médios, o custo de um apartamento em Lisboa fica por 227.750 euros, cerca de 4.500 euros por metro quadrado. Estes valores só por si dizem pouco, mas já dizem mais quando se entra em conta com dois outros factores: o custo médio de vida e o salário líquido por mês. O estudo permite ver que, entrando com estes dados, Lisboa se torna, para os portugueses, a mais cara do ranking das 15 cidades analisadas.
Homenagem a Otelo Saraiva de Carvalho
Manuel Raposo — 28 Julho 2021

A bitola para avaliar politicamente os militares do 25 de Abril (como qualquer outra pessoa) não é a posição que eles tomaram acerca do derrube da ditadura naquela madrugada de 1974. Sobre isso houve um largo “consenso nacional” que ainda hoje perdura no essencial: a ditadura estava podre e acabada e a guerra colonial perdida. A boa bitola é a posição perante o movimento popular que irrompeu logo a seguir ao golpe militar, que surpreendeu os próprios militares e subverteu o país de norte a sul. Foi esse o revelador que fez ver que nem todos os gatos eram pardos.
O que está a acontecer nos EUA?
Editor / Vicente Navarro, Monthly Review — 21 Julho 2021

Não é inútil sublinhar que os acontecimentos políticos e sociais nos EUA são da maior importância para a evolução do mundo de hoje. Não só por serem os EUA a maior e a mais desenvolvida potência capitalista, como ainda por ser o imperialismo norte-americano o coroamento do sistema imperialista mundial. Entender o confronto das classes sociais na sociedade norte-americana é um factor chave para perceber o rumo desses acontecimentos.
Incêndios e inundações: vamos ver mais disto
António Louçã — 18 Julho 2021

Nos Estados Unidos e no Canadá, temperaturas a rondar os 50 graus centígrados, causaram uma vaga sem precedentes de incêndios florestais e urbanos, tendo consumido até agora uma área equivalente a 350.000 campos de futebol.
O ano passado tinha registado os fogos florestais mais devastadores da história da Califórnia, mas este ano, em julho, já conseguiu ser pior.
Ponto de mira
Falta de vocações
Editor — 11 Julho 2021
A igreja católica queixa-se desde há décadas de “falta de vocações”: os seminários estão vazios, não há padres para as paróquias, as igrejas ficam às moscas. Não é difícil ver nisto um sinal dos tempos: a crença religiosa, remetida para o domínio íntimo de cada pessoa, não é vista como tendo qualquer papel na gestão da vida colectiva — papel este que todos os cidadãos atribuem aos poderes públicos. Mas eis que são agora os partidos políticos que se queixam de “falta de vocações” para o exercício desses poderes públicos.
A explosão social na América Latina
Manuel Raposo — 29 Junho 2021

A agitação social e política na América Latina nos anos 2019 e 2020, especialmente antes do desencadear da pandemia, trouxe para as ruas milhões de pessoas reclamando mudanças políticas e melhores condições de vida. No final de 2019, todo o Continente esteve em ebulição praticamente simultânea. Foi a maior turbulência das últimas décadas, marcada não só por manifestações pacíficas mas também por forte repressão militar e policial a que os manifestantes responderam com violentos confrontos com as forças do poder. Centenas de mortos e milhares de feridos não chegaram para calar os protestos.
Reflexos lusitanos da nova Guerra Fria
Manuel Raposo — 21 Junho 2021

A entrega, pela Câmara Municipal de Lisboa, de uma lista nomes de manifestantes oposicionistas à embaixada da Federação Russa gerou uma novela que vale a pena desdobrar em dois ou três capítulos.
O primeiro deles consiste no facto — agora óbvio, mas desconhecido da generalidade dos cidadãos — de que as Câmaras Municipais estão incumbidas de proceder as estas denúncias por sistema. Tal prática, que estava cometida aos extintos Governos Civis (de má memória), terá passado de mansinho para as autarquias, sem que ninguém pusesse o procedimento em causa. Ou seja, este tipo de denúncia é um automatismo que o nosso democratíssimo regime acha normal.
Ponto de mira
Contra a corrente
Editor — 9 Junho 2021
A comunicação social nacional é hoje detida, como se sabe, por três ou quatro grandes grupos empresariais com raízes em várias áreas de negócios. A pressão exercida por tais monopólios sobre os conteúdos informativos é esmagadora — para os profissionais, mas sobretudo para o público.
Quem está do lado de cá dos jornais, das televisões ou das rádios não conhece os bastidores onde tudo se decide. Mas apercebe-se da parcialidade das notícias, da preferência dada a comentadores situacionistas, da colocação em lugares de destaque dos “colaboradores” mais fiéis, da omissão programada do que verdadeiramente diz respeito à vida colectiva, do país ou do mundo, e que poderia contribuir para mudar-lhe o rumo.