Um espelho
Editor — 19 Março 2020
Como um jornal alemão denunciou e o governo de Merkel confirmou, os EUA tentaram comprar o exclusivo de uma vacina contra o coronavírus em estudo na Alemanha. O negócio terá fracassado pela intervenção das autoridades alemãs, mas é, ainda assim, revelador do ponto a que pode chegar a ambição de uma potência imperialista na sua competição com as demais. O propósito, claro está, seria estancar a epidemia nos EUA e deixar que o resto do mundo soçobrasse — sob efeito da doença e da crise económica — e daí tirar as vantagens possíveis. Este caso lança luz sobre o propósito das sanções que os EUA promovem contra meio mundo e do extremo a que não hesitam chegar para tentar manter a sua supremacia sobre o resto do planeta. Vêm à memória as bombas atómicas sobre o Japão, a guerra química e bacteriológica contra a Coreia e o Vietname, a destruição do Iraque e do Afeganistão, o cerco a Cuba e à Venezuela.