Pinochet no Egipto

3 Julho 2019

A “reforma económica” feita no Egipto, em 2016, pela ditadura do general Sisi, com a “ajuda” do FMI, foi glorificada por comentadores financeiros como o mais atractivo caso de reforma do Médio Oriente, da África e da Europa de Leste, e o país declarado como o mercado emergente mais fogoso do mundo. O afluxo de capitais externos em busca de juros fáceis (garantidos manu militari, como no Chile de Pinochet) tomou conta de boa parte da dívida do país: em 2018 a parcela dessa dívida nas mãos de estrangeiros subiu 20% em relação ao ano anterior e a tendência mantém-se em 2019. O reverso desta realidade, descrita pelo Banco Mundial em Abril de 2019, tem porém outras cores: 60% da população do país é pobre ou vulnerável à pobreza; as condições gerais de vida estão em rápida queda. E há quem preveja mais uma vaga de migrantes-refugiados através do Mediterrâneo, agora egípcios virando costas ao oásis do general Sisi.


Comentários dos leitores

Emília Montemor 17/7/2019, 13:28

Temos aqui um bom exemplo da Teoria do Desenvolvimento do FMI, um desenvolvimento feito de encomenda para aqueles que gostam de ficar sempre subdesenvolvidos.
Tal como os nossos "partidos" que em vez de se preocuparem com a questão prioritária de como aumentar - sem parar - o peso da indústria na produção global dos sectores e do país, perdem o tempo a barafustar uns com os outros sem dizerem nada de útil. Um truque já velho mas que dá bons resultados.
Até quando vamos aturar estes "feiticeiros do imobilismo"? Votemos neles em Outubro e iremos depois ver como tudo fica na mesma. Vai uma aposta?


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